sou escravo do que fui, e do que vou sendo. o passado é viciante para mim: ainda não aprendi a viver sem ele. parece que o livro em que escrevi a minha história está constantemente aberto, sem avançar. não quero ser mais nem menos do que sou: basta-me ser. e vou sendo por agora: filme japonês que não percebo, mas que não consigo mudar, os livros nas estantes a descansarem do seu merecido descanso (e estão assim há tanto tempo!) e eu aqui, sendo.
***
o que é que tu és?
-eu sou
mas o quê?
-sou
mas o quê?
-um ser
diz lá...
-mas como posso dizer algo que não sei?
e eu sou escravo da dúvida
o que é que tu és?
-eu sou
mas o quê?
-sou
mas o quê?
-um ser
diz lá...
-mas como posso dizer algo que não sei?
e eu sou escravo da dúvida
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