Mudar é sempre bom, é sempre fresco, é sempre novo... O problema é que nós não somos um livro que se apaga e se começa a escrever de novo, eu pelo menos não sou... E por onde quer que passeie, cruzo-me com o passado. Olha eu de cabelo rapado! Olha eu com cinco anos! Olha eu a jogar basket! Muitas vezes até passados próximos, ontens ou anteontens, mas que pesam e cheiram a antiguidade... Parece que foram livros que se fecharam onde dificilmente voltamos a entrar: se mudámos por algum motivo foi! E eu vejo assim os momentos da vida: como capítulos separados que valem por si... Por isso é tão difícil mudar! Porque o passado não se apaga, e temos de viver com ele...
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Estou a ler Jesusalém, de Mia Couto. Está dividido em 3 partes, eu já li duas. No blog ...viajar pela leitura... há uma avaliação feita ao livro, no qual recebeu 4 em 6 possíveis. Respeito essa avaliação, mas eu dar-lhe-ia uma classificação mais positiva... É um história belíssima, decorada pela poesia de Mia Couto, que se debruça sobre o Esquecer... Sobre o começar uma nova vida, completamente...Sobre a impossibilidade de fugir ao passado. É um livro belíssimo, que abre logo com um texto de Hermann Hesse, de Viagem pelo Oriente:
Toda a história do mundo não é mais
que um livro de imagens reflectindo
o mais violento e mais cego
dos desejos humanos: o desejo de esquecer.
que um livro de imagens reflectindo
o mais violento e mais cego
dos desejos humanos: o desejo de esquecer.
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