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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Synecdoche, New York - Charlie Kaufman




ao longo das últimas semanas fui-me rendendo a Charlie Kaufman. mas nenhum dos outros filmes que já vi (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Adaptation e Being John Malkovich) me preparou para isto (ainda que o meu favorito continue a ser o do malkovich).

na sua estreia como realizador Kaufman apresenta o seu mais esquizofrénico guião, com jogos de identidade, obsessões, morte e medo dela. no fundo, os ingredientes são sempre os mesmos, mas a forma como os utiliza é sempre nova e genial. neste filme, Caden (interpretado pelo brilhante Philip Seymour-Hofmann) é um encenador de teatro e hipocondríaco que ao mesmo tempo que é abandonado pela mulher recebe um prémio que o faz decidir criar uma peça de teatro gigantesca, a fim de ser recordado após a morte. num armazém, decide construir uma réplica de nova iorque (que conta com o próprio armazém) arranjando personagens que fizessem dele e dos seus conhecidos. o projecto arrasta-se por décadas.

é um filme complexo. um dos filmes mais complexos que já vi, talvez a par de Dr. Parnassus de Terry Gilliam, (Inception é brincadeira de crianças ao lado deste), onde o tempo quase não existe, a vida de Caden mistura-se com a peça e os actores se confundem com as pessoas que lhes deram origem. é um filme fora de série, provavelmente o mais genial que já vi, motivo pelo qual nem sei o que pensar.

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