Somos sempre os mesmos, por mais que sejamos pessoas diferentes. Conservamos a memória, a linha de identidade que nos faz responsáveis pelo passado, responsáveis pelo futuro e presente, e merecedores de todos os louros em caso de resultados positivos. Somos sempre culpados, porque tudo muda à nossa volta mas nós não. É curioso como sem ninguém deixar de ser quem é tudo muda.
Por isso recaímos tantas vezes nas mesmas falhas, nos mesmos erros. Somos sempre nós, de uma forma por vezes irritante. Sádica forma de dizer "à quanto tempo!" depararmo-nos com algo que já fomos, e que apesar de numa forma não activa, ainda somos. Eu arriscaria dizer que somos redundantes. Buscamos sempre a mesma coisa, ainda que por caminhos diferentes em diferentes épocas.
Não me vou perder a discorrer em linhas o deprimente e aborrecido que é ter o nós, o futuro, passado e presente, às costas. Vou gastar apenas uma frase: não é triste ter de escolher por um nós, em detrimento de um outro, que no fundo busca a mesma coisa?
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