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terça-feira, 31 de agosto de 2010

This is the end




Se entretanto fizer alguma coisa diferente eu anuncio aqui. Existe sempre a possibilidade de voltar, o que é extremamente improvável. Continuo por aí a visitar blogs, mas provavelmente vou diminuir a frequência de comentários.

Obrigado a todos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

não sei o que escrevo, porque escrevo. por vezes torno-me ridículo, mas creio que essa é a nova forma de ser original e incrível


não creio que seja de propósito mas realmente sucede. não sei que fazer. as pessoas perdem-se um bocado. é bom sinal. há espaço. e podemos sempre ocupar esse espaço. sem limitações. ou talvez com elas. mas apeteceu-me escrever aquilo. a liberdade é interessante e coiso. lá estou eu ridículo outra vez mas não é de propósito. juro pelo menos um milhão de vezes. dói-me os rins, ou a bexiga. ontem aguentei a urina muito tempo. estou a ouvir música mas devia estar a dormir. passo mais de dez minutos por dia no computador. já não sei tocar guitarra, nem tenho com quem o fazer. as paredes são todas brancas com a excepção das solitárias marcas de fita-cola, os pretensiosos riscos de lápis e os numerosos vestígios mortais, ou nem por isso, de insectos voadores, a maior parte dele com o interessante hábito de voar junto aos nossos ouvidos provocando um barulho irritante para depois pousarem na nossa pele e nos sugarem o sangue. sugar é açúcar, mas tenho quase a certeza que esses insectos não sabem isso. se soubessem arranjariam uma palavra mais adequada e original. raios parta a história. era queimar tudo e começar tudo de novo. assim tenho de ser ridículo porque me vendo à doce ambição de ser original (petulante criança sou ao julgar que tal patamar me é devido ou dado sem pelo menos deixar de ser eu). não tenho de ser original. mas gostava de ser incrível. agora estou só a ser ridículo a brincar com palavras do título para terminar mais ou menos bem, depois de uma porcaria de um texto que para além de mal escrito não diz nada. podia ambicionar algo mais, mas nem sei porque é que escrevi isto agora e, por isso, não me interessa, se bem que ambicionava que amanhã fosse um dia, já que hoje foi muito aborrecido porque muitas coisas más aconteceram entre elas sei lá e outras.

moral da história: eu sei que digo muito lixo inútil mas enfim. é o que sabe melhor.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

o julgamento é errado e eu também sou

Não gosto de julgar ninguém. Faço-o muitas vezes. Demasiadas. Tenho pena de o fazer mas é algo inevitável, que surge das mais profundas e obscuras naturezas humanas, e das mais evidentes relações humanas. Toda a gente julga toda a gente, sem pensar em se julgar a si própria. Nem sequer é por isso que não gosto de julgar, mas só por si, parece-me um motivo admissível para fazermos um esforço.

Não gosto de julgar ninguém porque não sei o que se passa ao certo dentro da cabeça dos arguidos, e o que está por trás dele. Isto aplica-se especialmente a figuras públicas, sobre as quais mais não sei que pedaços de informação mais ou menos distorcida. Há por isso muitas lacunas, muitas falhas que não permitem julgar todo o conjunto da pessoa. Podemos, isso sim, julgar as acções das pessoas isoladamente, pois essas conhecemos, por vezes (convém sempre desconfiar da informação encontrada em livros e jornais).

Marylin Monroe, que muita boa gente vê como fútil e ignorante, é um excelente exemplo das falhas que podem resultar desses julgamentos. Ao que consta, para além de escrever poesia, lia, entre outros, Beckett e Joyce (Público). O julgamento que lhe é feito por algumas pessoas baseia-se unicamente na sua vida profissional, ignorando aquilo que a diva fazia por fora.

O homem é um ser limitado, tal como o são os seus julgamentos, daí não gostar de os fazer. Pena ser tão humano e natural.

domingo, 22 de agosto de 2010

The Hitchicker's Guide to the Galaxy



Uma comédia de ficção científica que reflecte sobre o sentido da vida. Passou no outro dia na televisão. Começa com golfinhos a fugir do Planeta Terra que ia ser destruído. Confesso que o meu primeiro pensamento foi "F***-**! O flipper a esta hora?", mas quando percebi que não era bem isso, a minha curiosidade colou-me até ao final da transmissão.
É um filme diferente, talvez nunca hilariante, mas sempre bem-disposto, no seu estilo non-sense e irónico.É um filme que trás muitas respostas interessantes, acrescenta perguntas e sobretudo, revela segredos mais ou menos inesperados. Por exemplo, e se eu vos dissesse que o Homem é a terceira criatura mais inteligente da Terra? Vocês provavelmente responderiam 42. E ponto final.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A orfã

Por entre clorofórmio, sono, doenças, morte, sangue, dor, ou simplesmente atrás de uma árvore durante uma pequena sesta:

estás sozinha no mundo criança

não tenho o meu papá a minha mamã os meus irmãos

morreram todos num acidente

não morreram não foram para o céu que eu sei

estás sozinha no mundo criança

e não tu é que estás

pois estou sempre estive tal como tu

mas eu tenho amigos

e eles estão lá para ti

claro que estão sempre

ou será que estão lá para eles

cala-te parvo não gosto mais de ti és mau feio sujo gordo burro e mais mau ainda

Mas de facto, a criança estava sozinha.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Progressivo Não-Britânico

Os anos 70 não são tão populares como os vizinhos 80, nem tão quentes como os 60. No entanto, foram o local de infância do rock progressivo, que nasceu no final dos anos 60.
Quando falamos de rock progressivo vêm-nos à cabeça nomes como Pink Floyd ou King Crimson, nomes britânicos. Bem menos popular é a música feita fora deste universo anglosaxónico. Em Portugal a obra "Onde Como Quando Porquê Cantamos Pessoas Vivas" do Quarteto 1111, da qual pretendo falar um dia, passou quase despercebida. O que não significa que este estilo de música só tenha distinção quando praticado pelos britânicos e americanos. Este estilo tende a raspar nas influências dos músicos que o praticam o que traz sonoridades interessantes e estranhas ao progressivo fora do mundo inglês.

Trago aqui duas sugestões: o rock progressivo dos portugueses Petrus Castrus (formados em 71) e o folk/rock progressivo dos suecos Kebnekajse (primeiro album em 71)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

não te enerves, não te canses. provavelmente vais ter de fazer tudo sozinho e ninguém está para te acalmar

são quase 3 da tarde mas para mim é como se fossem 3 da manhã

Não feches os olhos. Aguenta mais um pouco. Sei que tens sono, mas de que vale o sono? Seres transportado para um outro universo, que nem sequer é real? Achas que é? Pois bem, mas estás errado! O mundo dos sonhos não é mais do que uma ilusão para te afastar da vida. Já aqui, nesta embriaguez de realidade, na crueza desta noite cerrada, consegues ver tudo claramente, tudo realidade que se monta à tua vontade. Porque é a tua vontade que manda e impera, como deusa ardente no topo do seu altar de rosas e cravos. E tudo é ela, tudo ela a mandar. Mas sempre realidade. Como? Os sonhos derivam de percepções da realidade? Julgas-te inteligente para me contradizer? Traz-te paz dizes tu? Mas que paz é essa? Uma paz total? O sonho é uma droga que te retira o poder, todo o teu poder, gostas de ver a tua vontade transformada numa camponesa de braços sujos? Aqui não, porque a embriaguez da vida e do sono não se pode considerar uma droga, mas um estimulante que te torna no que muito bem entenderes. Ainda assim queres a paz do sono? Juro que não te entendo! Queres tanto dormir, pois dorme então, ou tens medo de acordar e de perder toda a paz que em parte já tens?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Redundância

Somos sempre os mesmos, por mais que sejamos pessoas diferentes. Conservamos a memória, a linha de identidade que nos faz responsáveis pelo passado, responsáveis pelo futuro e presente, e merecedores de todos os louros em caso de resultados positivos. Somos sempre culpados, porque tudo muda à nossa volta mas nós não. É curioso como sem ninguém deixar de ser quem é tudo muda.

Por isso recaímos tantas vezes nas mesmas falhas, nos mesmos erros. Somos sempre nós, de uma forma por vezes irritante. Sádica forma de dizer "à quanto tempo!" depararmo-nos com algo que já fomos, e que apesar de numa forma não activa, ainda somos. Eu arriscaria dizer que somos redundantes. Buscamos sempre a mesma coisa, ainda que por caminhos diferentes em diferentes épocas.

Não me vou perder a discorrer em linhas o deprimente e aborrecido que é ter o nós, o futuro, passado e presente, às costas. Vou gastar apenas uma frase: não é triste ter de escolher por um nós, em detrimento de um outro, que no fundo busca a mesma coisa?

domingo, 15 de agosto de 2010

O desespero vai e vem, nós ficamos. Estava na esplanada quando ele passou. Acenei-lhe e vi-o seguir. O passo dele era acelerado, nem sei para onde ia. Vi-o voltar. Vinha calmo, demorava a sair. Parecia não querer deixar-nos. Disse-lhe adeus, mas sei que vai voltar. Quer seja para um olá privado, ou com pompa, numa festa nacional. Adeus desespero!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Subconsciente- o rebelde

Agonia-me a vida. Agonia-me a sua incerteza. Isto quando não me aborrece claro está. Prefiro a agonia ao terrível vazio do tédio, que faz apodrecer em vez de envelhecer. Não sei se hoje tédio ou agonia, mas sei com certeza que muito desagradável. Ah, que nefasta vontade de me fazer ao céu por essas janelas que não dão para lado nenhum...

O subconsciente enche-nos de sonhos, fixações, objectivos razoáveis mas longínquos, enquanto o ser razoável perde as suas horas a desfazê-los, para uma menor distância da paz. Quantas vezes me vi a acordar com sentimentos que já não tinha na noite anterior. Mais, quantas vezes me vi acordar com sentimentos que há muito não alimento e que ainda na noite anterior decidira desfazer da razão, por perceber que não existiam já. O subconsciente não aceita ordens, o subconsciente não aceita a razão, o subconsciente quer o céu e busca-o, por mais que precise de se revoltar contra todo o ser, contra a sua sanidade, e contra aquilo que parece ser a vontade do todo. O subconsciente é a minoria que nunca pare de lutar pelos seus direitos.

Não é, por isso, estranho que nos apareçam coisas na cabeça que nos não pertencem: essa é a típica estratégia terrorista desse rebelde que por vezes nos enche, por vezes se esconde, mas nunca desaparece. O ser racional esse quer a normalidade, quer a razão e combate contra todos os resquícios de alma e de insubmissão que pendam de nós. É a guerra da mente e da alma. Uma guerra amigável que nos faz seres incoerentes, mas acima de tudo, que nos faz ser.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

irritação

Essa inacção que te prende irrita-me.
Cheira-me a opressão disfarçada, ironia, palhaçada.
Aposto que não chegas lá, nem tentas. Tão fácil, tão perto, e no entanto, ignoras a distância, fechas os olhos e lá longe não chegas.
Irritas-me! Tu e essa tua estupidez enchem-me de horror, nojo e estupefacção. Como é possível essa tua inacção?
Essa vontade de fazer, de mudar e, no entanto, paras, estagnas, faleces como tudo o que não mexe.
Irritas-me tu... Irritas-me profundamente, sentado nesse sofá cor-de-pouca-acção, onde tudo parece igual.
Tudo é igual, e onde estás tu para fazeres as coisas diferentes?
Irritas-me tu... E eu irrito-te a ti...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Parece-me que flutuo. Não estou em mim, que é como quem diz não sou. Horas de sono poucas, alma muita, falta de ser. Parece-me que irei não mais perder.

domingo, 1 de agosto de 2010

Não dei conta de que podia acabar... Sabia que o tempo passava, e que cada vez menos havia, mas ingénuo, ignorava que a eternidade não existiria para sempre... Continuo sem ter consciência do fim, mas o derradeiro, é belo e sem dor. Os vários fins que se espalham pelos espaços da vida é que a deprimem.