Para além de prodigioso poeta e de grande homem Miguel Torga também é um incrível romancista. Apesar de poucas obras, romances, os que escreveu, valem o suficiente para o provar.
O Senhor Ventura é uma obra sobre um homem que desde sempre fora insubmisso, desrespeitador da lei e tivera uma sede enorme por liberdade. Características que o levaram a ser enviado para Macau, visto não respeitar quaisquer horários na tropa. Este ex-pastor faz vida no oriente onde anda constantemente em busca de algo, que nunca chega a encontrar, envolvendo-se em muitas ilegalidades, participando em muitos crimes. Regressa um dia a Portugal, onde ironicamente ganha a paz (nunca manifestara ou sentira vontade de regressar) que nunca teve, mas não para sempre. A obra não acaba aqui, mas tentei-me reduzir ao mais elementar, apesar de ser um romance que não chega às 100 páginas.
Um romance curto, mas carregado de emoções. E bem ao estilo de Torga, carregado de Portugal, mesmo quando a acção está bem longe.
"Não me resigno à ideia de ter vindo à luz neste tempo e numa terra durante séculos inquieta de descobrir e saber, e depois tragicamente adormecida para tudo o que não seja olhar-se e resignar-se. Parece-me um castigo imerecido do destino e da história."
"Eles eram, na sua letra rude e na sua sinceridade rude, uma imagem viva da terra rude que os viu nascer."
"Contra todo o bom senso, era novamente o perigo e a liberdade que lhe apeteciam. Eram ondas desmedidas e pesadas, e terras sem sossego e sem carinho que o seu corpo desejava enfrentar."
"Os conselhos da amiga chinesa só prestavam para quem tivesse nascido no Celeste Império. Para gente da Ibéria, a calma, a prudência, e tudo quanto defende um homem das fervuras do sangue, eram palavras vãs."
O Senhor Ventura é uma obra sobre um homem que desde sempre fora insubmisso, desrespeitador da lei e tivera uma sede enorme por liberdade. Características que o levaram a ser enviado para Macau, visto não respeitar quaisquer horários na tropa. Este ex-pastor faz vida no oriente onde anda constantemente em busca de algo, que nunca chega a encontrar, envolvendo-se em muitas ilegalidades, participando em muitos crimes. Regressa um dia a Portugal, onde ironicamente ganha a paz (nunca manifestara ou sentira vontade de regressar) que nunca teve, mas não para sempre. A obra não acaba aqui, mas tentei-me reduzir ao mais elementar, apesar de ser um romance que não chega às 100 páginas.
Um romance curto, mas carregado de emoções. E bem ao estilo de Torga, carregado de Portugal, mesmo quando a acção está bem longe.
"Não me resigno à ideia de ter vindo à luz neste tempo e numa terra durante séculos inquieta de descobrir e saber, e depois tragicamente adormecida para tudo o que não seja olhar-se e resignar-se. Parece-me um castigo imerecido do destino e da história."
"Eles eram, na sua letra rude e na sua sinceridade rude, uma imagem viva da terra rude que os viu nascer."
"Contra todo o bom senso, era novamente o perigo e a liberdade que lhe apeteciam. Eram ondas desmedidas e pesadas, e terras sem sossego e sem carinho que o seu corpo desejava enfrentar."
"Os conselhos da amiga chinesa só prestavam para quem tivesse nascido no Celeste Império. Para gente da Ibéria, a calma, a prudência, e tudo quanto defende um homem das fervuras do sangue, eram palavras vãs."
Sem comentários:
Enviar um comentário