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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011



Fleet Foxes

2010 está quase a acabar. para 2011 espera-se por:

- Sean Riley and Slowriders que já entraram em estúdio para gravar o 3º álbum, depois de um Only Time Will Tell que trouxe uma evolução considerável em relação ao primeiro.

- Psicotic Jazz Hall de Kubik, 6 anos depois de Metamorfose que foi considerado um dos melhores álbuns portugueses desse ano por diversas publicações. este novo álbum promete uma abordagem mais próxima do Jazz, que, a seguir pelo primeiro tema já disponibilizado, Shina-Kak, será um dos álbuns obrigatórios de 2011.



- Devotchka lançam a 15 de Fevereiro 100 Lovers

- Fleet Foxes preparam o segundo álbum. depois do prometido no álbum homónimo de 2008, este será, em princípio, o grande disco do ano. ainda não há um título para o álbum e nomes como Slaughternalia e Deepwater Horizon têm sido considerados.

resta-me desejar a todos os visitantes deste blog um espantoso 2011

ao longo desta semana farei também uma retrospecção sobre o ano que passou, breve como tirar um ticket.

o fabuloso filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain



com uma brilhante realização, Le Fabuleux Destin d'Amelie Poulain é um obrigatório conto sobre solidão, justiça, diferença, imaginação e medo. por entre este emaranhado de realidade aperfeiçoada e adaptada ao íntimo de Amelie, de efeitos artísticos absolutamente avassaladores, destaca-se ainda um som: a música de Yann Tiersen que povoa com algo mais a obra-prima de Jean-Pierre Jeunet.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Flaming Lips - Powerless



não é a primeira vez que posto algo dos Flaming Lips, e do seu esquizofrénico álbum Embryonic. primeiro uma música sobre a capacidade de se conseguir ser qualquer coisa, agora "you should do what you enjoy/ no one is ever really powerless". uma mensagem optimista carregada de amor à liberdade que contrasta na perfeição com uma música pessimista, que perde força por via de um trabalho de baixo absolutamente brilhante.

sholi - november through june



um dos melhores discos de 2009, uma das melhores revelações da década transacta. arquitectada sobre uma melodia desconcertante, cresce e desabafa sobre aquilo que, aparentemente, é a natureza do amor (interpretação livre do autor deste blog, pode muito bem estar errada), tema corriqueiro facto que não tira grandiosidade à obra, dada a enorme dimensão instrumental e notável construção lírica, fazendo transparecer um desespero do tamanho da música. além disso os versos "this is for myself/ this is not for you" acrescentam algo à letra que, estando eu certo na minha interpretação, acrescenta muito a um tema que parece esgotado.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010



"A morte não espera nem atende. É estúpida. Primeiro é estúpida, depois é incompreensível. É tremenda porque contém em si mistificação ou beleza. Absurdo ou uma beleza com que não posso arcar. O nada ou uma coisa que a minha imaginação não atinge."

Raúl Brandão em Húmus

Por falta de disponibilidade não vou acabar de ler o livro, mas é uma interessante reflexão sobre a morte e o marasmo da vida.

estamos a morrer



Boris: I'm dying! I-I'm dying!
Jessica
: Should I call an ambulance?
Boris:
No, not now! No, not tonight, I mean eventually!
Whatever Works de Woody Allen

estamos a morrer. é uma realidade difícil de compreender.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
Fernando Pessoa

le miserable - working on something miserable vol.1 - insanity and maçãs drove me mad



esta é a primeira experiência. divagações musicais que de muito pouco valem. nos próximos tempos (1 mês/ 1 ano) conto apresentar algo mais extenso, mais bem concebido.

de qualquer forma, para escutarem:
http://www.myspace.com/miserablife

a ouvir alguma coisa ouçam a 9 days. é uma ideia que já estive para trabalhar de outras formas, que acho que resultou bastante bem desta, mais simples.

o ep (muito curto) está abaixo, só tem mais duas micro-faixas ruidosas.
http://www.mediafire.com/?qi7nuak19antjjj

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Big Fish - Tim Burton


"não vás já! bebe mais um copo"


oficina de escrita, portefólio pt 1ºp. 2010

porquê acabar tão cedo? peca a eternidade de parcimónia? bem-vindos ao passado, ao presente e ao futuro, que estou com insónias e perco-me nos tempos. sempre soubeste os números, e teu nome é o desespero de viver. viver menos que absolutamente, ser livre tão pouco como apenas muito, é pecado, crime, é peso no peito. temos a eternidade para viver, mas também ela passa, ou somos nós que passamos, ou somos passados. não é preciso um sentido, uma razão. tudo ao acaso e tudo como é hoje. bastava um bêbado ter acertado na sanita enquanto mijava e o mundo diferente, completamente.

o mundo é um sonho, uma embriaguez, um acesso de loucura, uma doença do foro psicológico, uma diarreia, uma gripe, uma dor de pés, ai dentes para que vos quero que só me fodeis, e tudo de mau é mundo e vida. também o bom mas esse deixa-o estar que não se escreve, vive-se que só sendo vivido ele é absolutamente. livre, são e sábio. e nós andamos às voltas, sem saber para onde vamos, peças de um jogo que alguém quis jogar, aproveitemos para ver jogar.

domingo, 26 de dezembro de 2010

demasiado tempo para morrer

simples, sensível, tocante. é assim esta música. instrumentalmente ligeira, simples e belíssima, assume nas letras o motivo dos avi buffalo: temos demasiado tempo para morrer, temos de nos ocupar com alguma coisa. é simples e pouco rebuscado, mas não deixa de ser uma filosofia de vida que responde a muitas questões.

Eternal Inception of the Spotless Mind

Recentemente um tal filme denominado de Inception tem causado burburinho. Complexo, confuso, enigmático e genial, é assim descrito, aquele que já é considerado, pelos users do imdb, o 8º (creio eu. que raio de blog em que o autor nem se dá ao trabalho de fundamentar o seu texto) melhor filme de sempre. É um filme francamente bom, mas que a meu ver, a esse nível não passa a mediocridade. Numa linha semelhante, houve também um outro filme, esse genial a meu ver, desde o conceito a toda a construção do filme: Eternal Sunshine of the Spotless Mind.

Tal como Inception este filme conta com uma construção de imagem genial. Vemos a mente da personagem interpretada por Jim Carrey (sim, Jim Carrey, o palhaço da companhia, aqui, numa brilhante interpretação maioritariamente dramática) apagar tudo o que pertence a um amor dramático com a peronagem de Kate Winslet. É, sobretudo, um filme de amor. É um filme esquizofrénico, de um homem que depois de ter assinado um contrato, luta com todas as forças que tem contra a sua mente, a fim de não perder as memórias que tem da sua outra metade.

O filme teve uma recepção muito boa, destacando-se a atribuição de um Óscar para melhor Argumento Original. Se Michel Gondry tem aqui uma bela peça de realização, a escrita de Kaufman é genial, ele que também escreveu Being John Malkovich e Inadaptado. O título teve origem no poema Eloisa to Abelard de Alexander Pope:

How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd ..



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Post que fala, sem querer falar, da vida e do que ela é, utilizando diferentes conceitos que se unem de uma forma absolutamente inútil


montagem original utilizando imagens do google images, que devem ser de alguém, mas na altura não anotei e agora sei lá

Está na altura de dizer algo sério e a sério. Até vou utilizar maiúscula para atingir tal efeito. É necessário, neste preciso momento, que consiga dizer algo que me transcenda, a fim de não me perder num desses desertos de sei lá o que são, ou vidas, ou chamem-lhe o que quiserem, eu cá sei lá, que já me perdi.

A vida é... Podia cantar a música da série infantil A Vida é... Poderia escrever sobre a vida, em longos traços descritivos, com bonitas metáforas e uma alegoria capaz de fazer qualquer escritor de telenovelas aguar. Não vou dizer nada sobre a vida, que nem sei o que é, se é tudo, se é só o que é considerado parte da Biosfera, se tais e suas vivências. Por vezes descarregamos na vida que, coitada, preferia nunca ter sido criada enquanto conceito.

A transcendência, o eruditismo da linguagem é atingido, não por tão negras e escorregadias lajes orientadores de um qualquer caminho, mas pela exploração de diferentes temas, de preferência de uma forma vaga, informada e completamente aleatória. Como um homenzinho de mapa e bússola na mão, ignorando que é cego. Talvez a transcendência não se atinja, talvez seja ela que nos atinge a nós, como um trovão no meio de uma dança no Carnaval.

Eu que queria falar a sério, não disse nada, nem sequer me aproximei de o fazer. Este é dos posts mais inúteis que já escrevi, demonstrando nada mais que a falta de inspiração ou a falta de vontade de falar sobre o que quer que seja, fenómeno que não se verificava dantes, no antigamente que foi o ano passado e outros anteriores. A inutilidade é a arte de ser. A vida é inútil. E não podia ser mais transcendente

domingo, 19 de dezembro de 2010

Etan Cohen e Ethan Cohen

passou ontem na tvi o filme idiocracy. fiquei curioso com o facto de o guião escrito por etan cohen. é um filme tem alguns pontos de interesse, mas não parecia, de forma nenhuma um filme cohen. se a história de um futuro em que toda a gente era imbecil podia parecer dele (não vi mais que duas obras com a mão do cineasta), a participação de luke wilson e a utilização da imbecilidade para fazer valer humor ridículo, que por vezes funciona, mas na maior parte das vezes não, contradizem fortemente a linha do realizador.

uma curta pesquisa apresentou-me Etan Cohen, realizador de Madagascar, Tropic Thunder e filmes do género. conclusão: há que estar atento, porque há por aí muita gente. o filme não é mau, mas torna-se naturalmente aborrecido, a partes.


sábado, 18 de dezembro de 2010

a indiferença não é boa para a amizade. por isso há tão poucas amizades. núcleos individuais interagindo entre si. dificilmente as interacções se dão sem grandes doses de indiferença. para isso é necessário que o interesse entre si seja total. e eu já nem sei do que estou a falar. estou indiferente para comigo próprio

peçam-me para falar do brasil...



...e eu falo insensatez.eu falo jobim



conheço tão pouco dele. é quase pecado.

é merda

se até aqui eu achava que há algo de superior, a partir de hoje tenho a certeza. tantas coincidências, tanta coisa para criar uma realidade. é destino, é força de vontade pura, não sei... mas existe uma ordem no universo, ou na nossa mente, que não admite ser desrespeitada... é deus, é nada, não faço ideia... só sei que começou com um dejecto de um qualquer animal, que até podia não existir, só para embelezar o quadro. é merda

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

pisar merda é horrível

fíca-nos o cheiro na mente. parece que a merda está em todo o lado. somos todos feitos de merda...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Quarteto 1111 - Onde Como Quando Porquê Cantamos Pessoas Vivas (unrealesed post)



pensemos em liberdade. pensemos em criatividade. agora juntemos as duas coisas e criamos aquilo que deu origem a uma das mais incríveis e complexas fatias da música de todos os tempos: o experimentalismo, as obras-ensaio, o psicadélico, alguma música clássica, jazz, etc. esta obra representa isso tudo. a maior e mais bela representação do progressivo nacional. são cerca de 30 minutos de riqueza musical. uma só música, um só álbum, com diversos universos dentro. diversas "pessoas vivas". momentos calmos, como é o inicial, momentos de revolta, momentos eufóricos... destaco os teclados, a guitarra, a bateria, o baixo, a voz. destaco José Cid que compôs esta obra enorme, que ainda não se despia para revistas nem escrevia músicas sobre macacos e bananas.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Catholic Spray - The Ghost From my Grave

Catholic Spray - The Ghost From My Grave from Antoine Q on Vimeo.

é com este excelente video que os CatholIc Spray ilustram a música The Ghost from my grave, do seu primeiro álbum Fruits of the Moon, presente numa espécie de álbum-duplo que partilham com os Zyklon Beach. esta banda, que se encontra entre a flórida e paris e que se considera surf/trash/rap cristão, enche as suas músicas com guitarras barulhentas e gritos desfocados enquanto por trás o baixo faz as delícias de qualquer ouvido mais atento.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

"if a body catch a body coming through the rye"



"I am a kind of paranoid in reverse. I suspect people of plotting to make me happy."
- J.D. Salinger


Recentemente "celebraram-se" os 30 anos passados sem John Lennon. Assassinado a 8 de Dezembro de 1980, em frente ao edifício Dakota, por um fã que, horas antes, havia visto o seu exemplar do primeiro álbum de Lennon num espaço de cinco anos, Double Fantasy, autografado, no mesmo sítio em que Lennon agonizaria e perderia 80% do seu sangue. Mark Chapman diz ter sido inspirado pelo livro The Catcher in the Rye ( À espera no centeio) de J.D. Salinger.

No 9

O livro de Salinger conta a história, na primeira pessoa, de Holden Caulfield. Holden vê-se expulso de Pencey, a última escola para que havia sido transferido. Decide esperar num hotel até que os pais recebam a carta a dar conta da sua expulsão. Nesta espera conhecemo-lo em pormenor, aprendemos que vê em cada pessoa falsidade estampada, ou, em vez disso, ignorância. Vemos a forma como, ainda assim, Holden convive com esses mesmos "phonies". Sentimos o desajusto de Holden no mundo. Naturalmente ele dá-se conta da sua falsidade, dos defeitos que vê nos outros, ainda assim, justifica-a. A obra não acaba sem ele reconhecer a falta que sente de todos os hipócritas que conheceu.

No 9

Do ponto de vista formal, The Catcher in the Rye é fluído, adaptado à linguagem de um jovem, através da, por exemplo, adopção do calão. De uma ponta da obra à outra parece que estamos dentro da cabeça de Holden. Compreendem-se todas as suas acções, todos os seus pensamentos, ainda que incoerentes ou desajustados.

No 9

Enquanto que para alguns críticos esta obra constitui uma crítica aos jovens, ou pelo menos um retrato da juventude que não conhece o seu lugar no mundo, par mim é mais que isso, é antes um exorcismo de Salinger, através do qual, liberta a sua opinião sobre o mundo, sobre as pessoas, o quanto são falsas, o quanto é falsa toda a estrutura da sociedade da época (sobrando para a actualidade). Interpreto isto do isolamento no qual Salinger se deixou cair depois de escrito este livro, resposta mais perfeita para o problema de Caulfield seria impossível.

No 9

É pena que Chapman não tenha interpretado este romance da mesma forma que eu. Na sua loucura, identificou-se com a obra, relendo-a até ao esgotamento da escassa sanidade. Vendo a hipocrisia espalhada na cara do seu ídolo, decidiu que o melhor era acabar com ela. Acabou com um dos maiores músicos da história, ainda que dele não se esperasse muita mais música. Acabou com um símbolo da paz que, hipocritamente ou não, ainda podia fazer muita coisa pelo mundo, e pelos seus filhos.

No 9

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"a verdade é que a saudade do que passou não é mais que muita"



foi dos Da Weasel o primeiro álbum que comprei com aquilo a que vou chamar consciência. não seria com certeza consciência comprar um álbum porque um single nos chama a atenção, mas bastou uma semana para que esse mesmo single fosse a única música do álbum Re-Definições que eu não ouvia. foi a partir deste álbum que comecei a visitar o hip-hop. foi também o responsável por, anos mais tarde, começar a ouvir rock e música alternativa, quando ouvi falar de um tal Manel Cruz, que tinha feito uma das mais perfeitas músicas que já ouvira. é por isso com alguma tristeza que vejo o seu fim.

na altura não percebi, mas esse álbum foi o auge dos Da-Weasel, não só do ponto de vista comercial, como do ponto de vista artístico. para além da enorme qualidade da maior parte das músicas e das letras (enuncio assim à pressa a Força, a Casa, o Carrossel, e vários instrumentais), existe ainda uma forte linha conceptual: a história de alguém que cai no mundo das drogas, saindo graças à filha que tivera recentemente, redefinindo-se. já na altura percebi esta linha, sem no entanto saber se é baseada na vida de um dos membros ou puramente fictícia. o conceito não é muito rebuscado, mas é explorado com mestria, apesar da cedência ao comercial na busca do single "re-tratamento".

agora "tou nem aí". nunca deles ouvi mais do que algumas músicas e este álbum, mas a importância que esta pequena selecção teve foi muita. para não falar na importância que os Da Weasel tiveram na cena nacional. no entanto, se depois de re-definições apareceu um novo álbum com uma abordagem diferente, ainda que a contar com algumas músicas essenciais (as colaborações com a orquestra checa são soberbas), depois deste os membros têm trabalho em projectos separados, que, a meu ver, têm qualidade muito duvidosa, pelo que esta notícia já era algo previsível. menos previsível seria que dos três projectos que deste derivaram, o menos conhecido seja o da face mais visível desta banda: Os Dias de Raiva de Pac, relativamente aos Teratron dos baixista e guitarrista e a Nu Soul Family que conta com a voz de Virgul.

nenhum destes grupos tem o som único dos Da Weasel, muito menos as letras por vezes magistrais cantadas por Pac, o famoso homem das rastas.