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quinta-feira, 3 de março de 2011

pertencer ao que não pertence mais ninguém


pertencer a algo maior, photo da casa

pertencer é uma das mais básicas condições humanas. uma daquelas necessidades que nos influenciam de tal forma que chegamos mesmo a abdicar das nossas mais profundas crenças. no filme Human Nature de Charlie Kaufman uma das protagonistas abandona a sua natureza selvagem, tornando-se mesmo ajudante de um laboratório, por amor. o amor é essa manifestação máxima da necessidade de determinada pessoa. mas nem sempre precisamos de uma só pessoa. às vezes é respeito, outras reconhecimento, outras carinho, outras simples olhares, mas essa necessidade de contacto é das que mais se manifesta. e arrisco-me a dizer que se manifesta em todos os seres humanos.

para pertencer é necessário abdicar-se da identidade. é um estorvo à comunicação muito grande. opiniões fortes, posições vincadas, pouca tolerância. é isso que faz a identidade e é isso que desfaz as relações interpessoais. noutro filme de Kaufman, Being John Malkovich, vemos como uma personagem assume a identidade de Malko de forma a poder enamorar-se com a mulher por quem estava obcecado. nem todas as as relações humanas precisam de abdicação. mas quando as pessoas são mais duras, mais autênticas, torna-se complicado estabelecer-se um diálogo.

a massa, esse ser enorme do qual nós somos pequenas células, precisa que nós deixemos de ser nós. a existência não faz qualquer tipo de sentido, pelo menos a nossa. pode fazer, se formos nós próprios. mas aí, estamos a destruir-nos, a lançar-nos ao vácuo da velha e miserável solidão.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

jean-luc godard| a sociedade tecnocrata



Alphaville de Jean-Luc Godard retrata uma sociedade tecnocrata, uma sociedade lógica, à qual chega um agente secreto dos "países exteriores" cuja missão principal é destruir esta sociedade robótica. esquecendo toda a qualidade do filme, a imagem e música perturbantes, a beleza e o charme de Anna Karina, vale a pena pensar na nossa sociedade.

olhemos para os nossos governantes. olhemos para a actualidade. olhemos para toda a burocracia e todo o afastamento humano que permitiu que uma mulher estivesse morta em casa durante 9 anos, caso que, infelizmente, não é único. existe uma crescente automatização da sociedade. tudo é automático. tudo são números e probabilidades. engenheiros, economistas e advogados preenchem grande parte dos lugares da assembleia. poucos são os sociólogos e os que estudam os homens, as pessoas. porque controlar números é fácil. as pessoas são bem mais abstractas.

nessa perspectiva, este Alphaville devia ser obrigatório para todos os governantes.

sábado, 29 de maio de 2010

A imprensa e o apodrecimento moral

"E a sua indignação alargava-se, do foliculário que babara aquilo - até à sociedade que, na sua decomposição, produzira o foliculário. Decerto toda a cidade sofria da sua vérmina... Mas só Lisboa, só a horrível Lisboa, com o seu apodrecimento moral, o seu rebaixamento social, a perda de bom senso, o desvio profundo do bom gosto, a sua pulhice e o seu calão, podia produzir uma «Corneta do Diabo»

Eça de Queiroz, in Os Maias

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sociedade Descartável


Pelo que pude conferir há momentos, a Bic está a desenvolver um telemóvel descartável. Como se já não bastassem as canetas e demais pequenos objectos descartáveis, e os milhares de milhões de telemóveis que há por todo o mundo, a Bic decidiu aumentar os lucros, e o lixo. Notícias como esta já não espantam, hoje em dia tudo dura um segundo. Qualquer dia precisamos é de um planeta descartável, porque este, não terá muito proveito para nós no futuro!

Aproveito para fazer uma homenagem aos Taxi, que já em 1981 viram essa "sociedade de consumo imediato". Não sei se o seu regresso foi uma boa ideia, mas sei que são uma grande banda. Nunca esta "Chiclete" retratou tão bem a sociedade.


vivemos numa sociedade do descartável.
para mim ela deveria ser
descartável